Resiliência e esperança: a jornada de uma catadora de recicláveis

Quando as primeiras luzes do amanhecer começam a se revelar no horizonte, o despertador toca para mais um dia de trabalho. A catadora de recicláveis Regiane de Souza Brito, de 35 anos, trilha um caminho pelas ruas de Uruaçu, no estado de Goiás, marcada pela determinação e pela esperança em busca de itens que possam ser reciclados ou comercializados. É dessa coleta que vem todo o seu sustento.

Mãe de quatro filhos – Bruno, 18; Eduarda, 16; Caroline, 12; e João Gabriel, 8 – Regi encara diariamente uma jornada árdua como catadora de recicláveis, um trabalho que muitos podem subestimar, mas que carrega consigo a força e a persistência de quem sonha com dias melhores.

O desafio diário de uma mãe e catadora

Regiane começa seu dia às 4:30 da manhã. Enquanto a maioria ainda repousa, ela já está nas ruas, coletando materiais que posteriormente irá vender. Às 10:30, retorna para casa, não para descansar, mas para preparar seus filhos para a escola. Sua rotina é um ciclo contínuo de trabalho e cuidado, sem pausas para o lazer ou descanso. “Esse trabalho é de segunda a segunda, porque meu recebimento é por produção. Quanto mais material aproveitável eu conseguir coletar, maiores são meus ganhos,” ela explica, evidenciando a natureza implacável do ofício.

A vida dessa mãe e trabalhadora é um retrato da resiliência feminina. Ser mãe e catadora de recicláveis significa equilibrar as imensas responsabilidades de cuidar de uma família enquanto sustenta a casa com um trabalho físico e muitas vezes desvalorizado. Apesar dos desafios, Regiane tem uma visão clara de seu papel: “Eu gosto de mexer com reciclagem, sei da importância disso para o meio ambiente”, comenta, orgulhosa por saber que seu trabalho é um fomentador da sustentabilidade.

Entre tesouros e preconceitos

O preconceito não passa despercebido por Regiane. Ciente de que os catadores de recicláveis muitas vezes enfrentam discriminação pela sociedade e são vistos como menos dignos ou importantes, a catadora continua fazendo seu trabalho com disposição e esforço. “Dependendo da produção, consigo fazer R$ 400 por mês,” conta.

Apesar da dificuldade do trabalho, que exige esforço físico em um ambiente não exatamente salubre, Regi conta que já se deparou com momentos de sorte e felicidade inesperada, como o dia em que encontrou uma bolsa contendo R$1.700, um achado que descreve como o momento mais emocionante de sua vida. “A gente acha muita coisa que aproveita,” diz ela, referindo-se aos itens que encontra, desde eletrodomésticos até um sofá, que hoje faz parte da decoração de sua sala.

A importância da reciclagem e o sonho de um futuro melhor

Regiane vê seu trabalho como essencial para o meio ambiente. A reciclagem, segundo ela, é vital para a sustentabilidade, uma mensagem que deseja que todos compreendam e valorizem. Ela conta, ainda, que seu grande sonho é ter um caminhão pequeno para coletar reciclagem na rua, o que lhe permitiria ganhar mais e oferecer um futuro melhor para os filhos.

Além de seu trabalho como catadora de reciclagem, dona de casa e mãe, Regiane também fala sobre seu trabalho nas redes sociais. Acompanhe o dia a dia dela no Kwai e no TikTok.

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