Dormir fora de casa: a primeira noite do meu filho longe da família

Algumas semanas atrás meu filho recebeu um convite para dormir fora de casa pela primeira vez. Era o aniversário de um amiguinho e, ainda por conta da pandemia, a mãe do menino optou por fazer uma comemoração restrita a poucas crianças com uma festa do pijama. Com o convite, começava a luta entre meu lado racional e a ansiedade.

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Dormir fora de casa: qual é o problema?

Essa não foi a primeira vez que Luca dormiu longe. Quando ele estava com um ano e meio – a gente tinha acabado de voltar de uma viagem para Gramado – fui internada às pressas por conta de um problema na vesícula que precisou de intervenção cirúrgica. Passei uma semana internada.

Na época, Luca ficou dormindo na casa dos avós paternos. Todos os dias meu marido o levava para me visitar, e todos os dias eu chorava quando me despedia dele. Eu sabia que ele estava bem, que minha sogra tinha o maior cuidado para fazer as coisas do meu jeito, que lá ele estava reinando absoluto… Mas, para mim, estar longe dele era uma tortura. Como criança independente que ele sempre foi, Luca tirou a experiência de letra!

Na casa da vovó pode tudo, inclusive encher o saco do cachorro de tanto que ele agarra.

O lado da mãe: ansiedade x pensamento racional

Nessas situações, a primeira coisa que eu gostaria de pensar é que vai ser uma ótima experiência para o meu filho. Jogando a real, a primeira coisa que acontece é o coração acelerado. “E se ele se machucar em alguma brincadeira?”, “E se não conseguir dormir num lugar estranho?”, “E se ele chorar com saudade de mim?”.

Todos esses questionamentos e sentimentos, eu percebi, eram só meus. Em nenhum momento Luca demonstrou ansiedade ou medo de acontecer alguma coisa. A ansiedade dele, aliás, era para que o grande dia chegasse logo. Todas as noites era uma contagem regressiva para o dia especial em que ele ia dormir na casa do amigo. E eu só sentia minha respiração ficar mais ofegante.

Não tive argumentos para impedi-lo de ir, não era justo dizer que ele não poderia participar da farra por conta da minha ansiedade. Na noite da festa eu dormi mal, acordei moída. Ele se divertiu, disse que foi uma das noites mais legais da vida dele.

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DJ, jogos e diversão. Para Luca, a experiência de dormir na casa de um amigo foi incrível.

Cada criança reage de uma forma

Luca é uma criança desenrolada para esse tipo de coisa. Por não ter irmãos ou primos da mesma idade, ele aproveita todas as oportunidades de estar na companhia de outras crianças. Enquanto eu fico aflita e ele curte cada minuto, outras mães se esforçam para que o filho se desprenda, outras crianças choram no meio da noite e pedem para os pais irem buscar, outras inventam desculpas para nem ir. Está tudo certo.

Dar o tempo que cada criança precisa para se desgarrar do ninho é importantíssimo. Não adianta forçar a barra se seu filho não quiser ir, tampouco brigar se ele ligar no meio da noite dizendo que quer voltar para casa. Apoie, acolha a decisão dele, saiba que para os pequenos nem sempre é fácil.

Já passou…

Por aqui, fico aliviada por só ter sido uma noite e já ter acabado. Espero que outros convites semelhantes demorem um pouco para aparecer. Dizem que depois que a gente se torna mãe, nunca mais tem uma noite de sono tranquila. É verdade.

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