A autoconfiança é uma crença na própria capacidade em dominar emoções e atitudes. Os desafios e perrengues são inevitáveis, mas é a partir do comportamento aprendido ainda na infância que tornam nossos filhos autoconfiantes e fazem com que consigam cumprir metas e grandes realizações ao longo da vida (ou aceitar as derrotas com maturidade e equilíbrio para tentar novamente).
Os pais são a principal fonte do senso de valor pessoal de uma criança, o ponto de partida para desenvolver o sentimento de segurança no próprio potencial. A boa notícia é que esse senso pode ser sempre desenvolvido e aprimorado (quanto antes, melhor!), cabendo especialmente aos pais a responsabilidade de incutir nos pequenos essa habilidade de acreditar em si mesmo.
Confira algumas dicas de como tornar seus filhos autoconfiantes e desenvolver neles uma perspectiva otimista e proveitosa da vida.
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Conecte-se com a criança
Todos nós – pais e mães – temos uma vida atribulada e estamos sempre envolvidos em muitas atividades, mas é importante que as crianças nos vejam como o alicerce que está sempre pronto a oferecer apoio. Para quem tem mais de um filho, também é essencial abusar do jogo de cintura e dedicar um tempo individual para cada criança, ajudando assim na construção particular da confiança na figura dos pais e na segurança de poder contar com o apoio e amor incondicional deles a qualquer momento.
Como seu filho está na escola? Em qual disciplina ele tem mais dificuldade? Ele já sofreu bullying? Já ofendeu alguma colega? Saber o que está acontecendo na vida da criança, esteja ela em idade pré-escolar ou no auge da adolescência, é um dos fatores que fazem com que ela saiba que tem pais presentes e dispostos a orientar e ajudar em quaisquer circunstâncias. Especialmente na fase da adolescência, quando o jovem costuma diminuir o diálogo com os pais, é preciso saber ler nas entrelinhas para poder auxiliar com mais efetividade.
Demonstre interesse nas atividades, acompanhe os eventos escolares, tente estreitar os laços com os amigos do seu filho e, se possível, com as famílias dos amigos. Faça perguntas com margem para uma boa conversa, que devem ir além do “Como foi o seu dia?”, mostre que a criança merece o seu tempo e que você se importa com o que ela pensa. Fazer com que se sintam importantes é um grande fator para criar filhos autoconfiantes.
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Encontre o equilíbrio na hora de fazer elogios
As crianças não são bobas – sabem exatamente quando você está prestando atenção ou quando você oferece um olhar ou elogio superficial apenas para seguir regras da boa convivência ou como forma de fazê-la calar a boca. A verdade é que leva apenas alguns segundos para você parar o que está fazendo e dar um pouco da atenção que seu filho precisa para se sentir especial.
Dizer “bom trabalho” ou “muito bem” é o caminho mais fácil, o problema é que um elogio indiferente não adianta nada para fazer o pequeno sentir que tem valor para você. Seja genuíno (e específico) ao elogiar o caráter, o trabalho árduo, os conjuntos de habilidades e as realizações da criança, mesmo que o motivo do enaltecimento pareça pequeno ou insignificante.
Uma dica importante é usar “você” nas frases, em vez de “eu”. Por mais irrelevante que possa soar, é uma forma de colocar a outra pessoa como personagem principal da conversa.
1. Quando seu filho mostrar uma obra de arte da escola, em vez de dizer “Uau, adorei seu desenho. Eu amo as cores que você usou!”, diga: “Você fez um trabalho tão bonito. Sua percepção foi incrível e o jogo de cores ficou lindo!”.
2. Quando a criança estiver na fase do desfralde, em vez de “Estou muito orgulhosa de você! Usou o penico sozinho!”, prefira “Você conseguiu! Você ouviu o seu corpo dizendo que era hora de usar o penico e foi sozinho ao banheiro”.
3. Ao vencer uma competição de natação, substitua “Mal posso acreditar como você foi rápido. Estou tão orgulhosa de você!” por “Nossa, você acelerou na piscina. Suas braçadas foram impecáveis”.
Esse tipo de comunicação é muito mais eficaz do que um “bom trabalho”, e o elogio sincero ajuda a estimular a autoconfiança da criança.
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Não tente assumir o lugar do seu filho em nenhuma situação!
Ver um filho cometer erros, passar por situações de desânimo ou se machucar – tanto física como emocionalmente – também machuca os pais. É importantíssimo, no entanto, ir contra os instintos naturais de querer defender a criança a qualquer custo e assumir um papel que cabe somente a ela.
Quando saltamos em socorro, não estamos fazendo nenhum favor tentando consertar as coisas no lugar da outra pessoa. Lidar com frustrações e fracassos faz parte da construção do caráter de todo mundo, por mais dolorosa que seja a situação. O segredo, nessas horas, não é interferir no problema ou assumir o lugar do filho para resolver, e sim orientá-lo pelo melhor caminho, ensinando os meios para que ele possa solucionar sozinho, trabalhando também a resiliência e a perseverança.
Não existe uma fórmula mágica para deixar os filhos autoconfiantes, mas existe empenho e vontade dos pais na tentativa de criar pessoas de bem.