Por Lis Conti.
Alguém já passou por algum perrengue durante uma viagem por ter, digamos assim, uma cabeça de vento? Eu já vivi alguns. Hoje vou falar do maior desespero que me acometeu quando descobri que perdi a minha bolsa, literalmente, no fim do mundo.
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Sem lenço e sem documento no fim do mundo
Ushuaia é uma linda cidade da Patagônia Argentina. Dizem que é a cidade mais ao sul do mundo e, portanto, mais perto da Antártida. Aliás, os passeios turísticos para a Antártida partem de lá. E as pessoas costumam brincar bastante com isso, a propaganda dos hotéis é: garanta o seu lugar no fim do mundo.
Eu estava subindo uma montanha e estava toda encapotada. Aí me dava calor. Parava, tirava a mochila de uso exclusivo para o equipamento fotográfico, tirava a bolsa que usava a tiracolo contendo meu passaporte, celular, cartão e dinheiro, tirava a blusa corta vento, amarrava na cintura e subia mais um pouco, aí me dava frio. Colocava tudo novamente e esse processo se repetia praticamente de 10 em 10 minutos. Até uma hora me dei conta de que a bolsa não estava mais comigo.
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Lis no menu do dia
Imediatamente comecei a descer tentando achá-la e perguntando para todos que subiam. Nada. Já estava em desespero, e quando pensava “Estou no fim do mundo, sozinha, sem passaporte e sem dinheiro”, me batia o pânico. Até que aos pés da montanha vejo meu nome escrito numa placa. Alguém achou a bolsa e entregou na casa de chá e a dona gentilmente apagou o cardápio do dia para me avisar que estava com minha bolsa.
Essa história terminou bem e, desde esse dia, ciente da minha distração, não levo mais passaporte na bolsa. Uso outro documento. E sempre deixo uma reserva de dinheiro no quarto para caso aconteça algo.
Lis criou um perfil no Instagram para dar dicas de viagens. Acompanhe as aventuras (e os perrengues) no @contiporai.