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Crianças sentem-se preteridas por smartphones

Pegar o celular “só para ler um e-mail” ou para “responder rapidinho essa mensagem do WhatsApp” parece inofensivo. Largue o telefone por um instante e responda: quantas vezes você já deixou de dar atenção ao seu filho durante o seu tempo livre para mexer no smartphone? Como uma mãe que acaba de colocar a mão na consciência, admito que não foram poucas as vezes que peguei o celular “bem rapidinho” enquanto estava com Luca. Esse “rapidinho” pode trazer sérias consequências, e, por mais que vejamos como uma coisa inofensiva, as crianças se sentem preteridas por smarphones.

Foi-se o tempo em que a disputa para conseguir a atenção dos pais resultava em uma batalha entre irmãos. Na era digital os maiores responsáveis por “roubar” a atenção dos pais são os dispositivos móveis, como smartphones e tablets. 42% das crianças ouvidas em um recente estudo global realizado pela AVG Technologies sentem que seus pais passam mais tempo usando esses aparelhos do que com eles.

Sim, elas se sentem preteridas por smartphones!

Outra evidência da intrusão digital na vida familiar foi que 54%, quase metade das crianças, respondeu que seus pais “checam demais o smartphone”. E dentre uma lista de opções de possíveis hábitos ruins, o maior problema levantado pelas crianças em relação a seus pais foi que seus pais se distraem usando o celular enquanto conversam com eles – algo que faz com que um terço dos ouvidos se sinta desprezado. Perguntados ainda sobre qual aparelho gostariam de confiscar por um dia, 57% das crianças respondeu que escolheria o celular da mãe. Ouch!

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“Percebemos a importância dos pais prestarem mais atenção no exemplo que estão dando aos seus filhos. Desde cedo é fundamental criar bons hábitos no uso da tecnologia, jamais substituindo o diálogo e as atividades off-line pelas on-line”, destaca Tony Anscombe, executivo da AVG Technologies. “Estamos vivendo uma nova realidade dentro dos lares e nas famílias em todo o mundo e precisamos prestar atenção a esses novos hábitos para que não comprometam a educação e formação das novas gerações”, completa.

A pesquisa destacou sinais de hábitos negativos sendo passados para as crianças, com 57% das crianças também admitindo se distrair com seus celulares quando estão conversando com os pais ou familiares. Em uma comparação entre os países, os pais brasileiros são os que mais usam dispositivos móveis em excesso, com 87% dos filhos afirmando descontentamento com essa situação. E ainda mais preocupante, 59% dos pais brasileiros admitem usar o celular enquanto dirigem.

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Podendo ser configurado com um vício, a doença da tecnologia tem cura. O primeiro exercício é tentar largar o telefone enquanto estiver curtindo o seu tempo livre com os filhos {sim, eles conseguem compreender quando o uso da tecnologia é dedicado ao trabalho}. Alguns dias de abstinência dos aparatos tecnológicos por um determinado tempo são suficientes para trazer de volta a harmonia entre pais e crianças dentro do lar. A tentativa vale à pena.

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