No post Birras: como lidar? comentei que passei por uma saia justa recentemente com Luca. Conversando com outras mães sobre a fase malcriada que o meu pequeno está passando, várias delas confessaram estar enfrentando o mesmo com as birras dos filhos também.
Ao passo que um sentimento de alívio me invade por saber que não estou sozinha nesse mundo de choros e gritos, um alerta sobre o assunto acendeu: tem como fazer alguma coisa ou nos resta sentar e esperar essa fase chatinha passar? Felizmente tem coisas que podemos fazer sim.
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Birras dos filhos: acontece nas melhores famílias!
Para ajudar os pais na tentativa de auxiliar os pequenos nessa etapa, listei cinco questões levantadas por algumas pessoas com quem conversei nos últimos meses. As dúvidas foram gentilmente respondidas pela psicóloga Patrícia Penteado, orientadora educacional na Escola do Futuro em São Paulo.
Perguntas e respostas sobre birras dos filhos
1) Meu filho (de 1 ano e 5 meses) não entende o “não”. Sempre explicamos quando algo está errado e a razão pela qual ele não pode fazer aquilo (bater nos familiares, por exemplo), mas quando repreendemos ele dá escândalo. É normal em algum momento da vida a criança reclamar ao ouvir um “não”, mas é necessário que ela ouça, pois é nesse momento que os pais ensinam a criança a entender e a aceitar alguns limites – que são fundamentais para um desenvolvimento saudável. O “não” deve ser dito sempre que a criança apresentar um comportamento inadequado. Os pais devem manter uma atitude firme até terem a certeza de que a criança não fará mais manhas. Em um primeiro momento a criança não entende o “não” somente com o diálogo, por isso é importante que o “não” venha junto com exemplos reais e concretos.
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2) Minha filha tem 2 anos e não sabe compartilhar seus brinquedos, por mais que a incentivemos a isso. Na escolinha ou no prédio as outras crianças dividem seus brinquedos com ela, mas quando pegam algo que pertence à milha filha ela chora e grita, e só para quando o brinquedo é devolvido, mesmo que ela nem queira brincar com ele. Não emprestar objetos e brinquedos é normal nesta fase, no entanto a escola é o ambiente coletivo ideal para que essas atitudes sejam evitadas. A criança entende que tudo é dela e emprestar não é uma opção por ela achar que irá perder o brinquedo. A melhor maneira de lidar com a situação é por meio do diálogo e paciência dos pais. Sugira à sua filha fazer uma troca temporária de brinquedos com os colegas, determine um tempo em que cada um poderá ficar com o objeto e cumpra-o, pois se passar muito tempo, a mediação perde o sentido. Trabalhar as situações de conflito no prédio ou na escola ajuda no desenvolvimento social dos pequenos.
3) Meu marido e eu somos muito sociáveis, e desde que nossa filha (de 1 ano e 9 meses) era pequena sempre a incentivamos a ser educada e simpática com todos. Sempre que alguém se aproxima para nos cumprimentar ela vira a cara e diz “não”, às vezes tenta até bater na pessoa. Ficamos morrendo de vergonha quando isso acontece e não sabemos o que fazer. Precisamos primeiramente conhecer a origem e entender melhor o entorno da situação em que esse comportamento acontece. Embora não haja motivo aparente para essa birra, seu comportamento desagradável pode ser causado por timidez. A criança pode se assustar ao ver pessoas estranhas, escondendo-se atrás dos pais e se recusando a ter contato com outros adultos que não os da família. Se esse for o caso, a timidez é considerada um comportamento normal, um traço da personalidade, e não uma atitude inadequada.
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4) Meu filho tem 1 ano e 8 meses e é muito birrento. Quando quer algo e ouve um não ele se joga no chão e fica se debatendo. Isso já aconteceu em público várias vezes e não sabemos como lidar com esse acesso de ira. Quando se sentem frustradas, com raiva ou desapontadas, em geral as crianças não conseguem se controlar. Manifestam seus sentimentos chorando, gritando ou jogando-se no chão, e tendem a ignorar o que os pais estão falando. O segredo número um é manter a calma e não ceder à birra, caso contrário a criança vai acabar aprendendo uma maneira não muito positiva de conseguir o que quer. Essa atitude não é fácil, pois quando os ataques de birra acontecem queremos acabar logo com o escândalo, principalmente quando acontece em público. Numa situação assim, o ideal é pegar a criança no colo até que ela se acalme. Quando sentir que a criança está mais tranquila, converse com ela sobre o que aconteceu, tentando mostrar o que é certo e o que é errado.
5) Na nossa casa temos a regra de almoçar no horário certo com todo mundo à mesa. Minha filha de 1 ano e 8 meses não obedece de jeito nenhum! Mesmo com fome ela se recusa a comer e fica desperdiçando a comida jogando no chão. Às vezes fazemos uma refeição que sabemos que ela adora, mas mesmo assim ela não come e fica chorando para sair da cadeirinha. Como em qualquer outra situação de birra, quanto mais irritados os pais ficam, mais a criança vai responder a essa irritação. Dizem os especialistas que “a não ser que esteja incomodada, com sono, doente ou com a fralda cheia, a criança que está com fome come”. Ignore os acessos de birra, retire o que ela não quer comer sem fazer comentários, não demonstre estar “desesperada”, ainda que realmente esteja. Não ofereça bolachas ou outros lanches antes das refeições. Vale também a dica dos nutricionistas de oferecer diariamente a comida habitual e inserir novos alimentos. Varie bem o cardápio e crie pratos diferentes, até que a criança se habitue e passe a comer de tudo.
Crédito das imagens: Pop Sugar | Huffington Post | Atlanta Blackstar