Ícone do site Oxente Menina por Ana Lu Fragoso

Minha cesárea humanizada

Que infartem as ativistas de plantão ao ler o título desse post. Cesárea humanizada? “Impossível!”, algumas dirão; “Ela só quer causar”, outras publicarão e discutirão em um grupo qualquer do Facebook; “De acordo com a OMS, através do Ministério da saúde, foi constatado que a mãe de Luca mentiu”, a moderadora de um outro grupo irá declarar. Não importa, nada do que disserem irá mudar o fato de quem eu tive um parto extremamente bem assistido e bem cuidado. É, eu tive uma cesárea humanizada.

Relatos da minha cesárea humanizada

Estamos acostumados a ouvir o termo “parto humanizado” atribuído ao parto normal. Nem vou me ater aqui aos benefícios e/ou malefícios de cada um, já dei minha opinião sobre parto normal x parto cesárea, e essa discussão, pelo menos nesse post, não é relevante {e antes que as radicais arranjem uma brecha para discutir, o espaço nos comentários está sempre aberto}. Na minha humilde opinião, humanizado é tudo aquilo que recebe dedicação, uma atenção especial dada por alguém, geralmente acompanhada – mas não obrigatoriamente – de carinho. Dentro desse entendimento, não consigo arranjar termo mais adequado para descrever meu parto.

No dia do nascimento de Luca eu cheguei à maternidade tranquila, até parei para comprar flores antes {na minha santa ignorância, não sabia que não podia levar flores para o hospital} e ainda tive tempo de arrumar a mesa de lembrancinhas e doces. Mas foi só a enfermeira chegar para me levar para a sala de cirurgia que a tremedeira começou. De repente o ar-condicionado ficou mais gelado, o ar ficou mais pesado, a respiração começou a ficar ofegante. Eu estava oficialmente nervosa.

+ Luca chegou! Relatos do nascimento do amor da minha vida
+ Chá de bebê de Luca {em Recife}

Demonstrações de carinho

Ainda na cadeira de rodas a caminho da sala comecei a sentir as primeiras demonstrações de carinho vinda de estranhos. A pediatra, que eu ainda não conhecia, veio me cumprimentar. As enfermeiras que cruzavam o meu caminho elogiavam a maquiagem dos meus olhos, os médicos usavam do bom humor para me distrair e me manter calma. Achei que essas distrações fossem de fato me tranquilizar, mas de repente caí no choro – naquela hora eu só queria a minha mãe, queria colo, queria que meu bebê chegasse logo mas ao mesmo tempo estava com medo de que algo desse errado na hora de recebê-lo, e foi nesse momento que mesmo sem a minha mãe ali, senti como se ela estivesse.

A minha obstetra, Dra. Sônia, sentindo minha ansiedade, veio me acalmar. Deitou minha cabeça no ombro dela e começou a fazer massagens no meu ombro para que eu conseguisse relaxar um pouco, enquanto falava de como o meu pré-natal havia sido ótimo, de como todos os exames foram bem, de como tudo daria certo e em breve o meu bebê lindo e saudável estaria ali comigo. Relaxei, o peso nos meus ombros diminuiu. Dr. Renato, o anestesista, também conversava comigo, ora fazendo brincadeiras sobre o time de futebol do bebê, ora dizendo que se eu chorasse a maquiagem que tanto elogiaram iria borrar. A tão temida anestesia raquidiana foi aplicada que eu nem senti…

Informações em tempo real

Durante a cirurgia propriamente dita eu e meu marido éramos informados o tempo todo do que estava acontecendo, e a menos que estivesse dopada demais para compreender a entonação das palavras, tudo era dito com muita atenção e carinho. Quando Luca nasceu, enquanto era levado para limpar, Dr. Renato Cabral entrando no momento de euforia ainda pegou o celular dele e me pediu o número de algum familiar para dar a notícia do nascimento do baby. Quem recebeu a primeira ligação foi a minha mãe, que por motivos de força maior não pode estar em Recife no nascimento do neto.

+ A escolha do obstetra
+ Movimentos do bebê

Diante de tanto carinho e atenção, não me importo de não ter tido o “parto ideal”, acho que o ideal é o que atende às nossas necessidades. Só tenho a agradecer a toda a equipe que contribuiu para que o momento da chegada de Luca fosse o mais perfeito, em todos os sentidos.

Nota: como as pessoas ADORAM distorcer palavras, deixo claro aqui que eu NÃO estou dizendo que cesárea é melhor que parto normal; eu NÃO sou contra parto normal; eu NÃO estou incentivando ninguém a preferir cesárea em vez de PN. Sou contra radicalismos e totalmente a favor do respeito e do direito de escolha.

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