A sensibilidade é uma característica minha mesmo antes da gravidez. Não o tipo fresquinha não-me-toque-que-eu-grito-e-choro, mas daquelas que ficava sentida quando alguém falava com mais rispidez, ou quando me acusavam injustamente de algo, e, mais ainda, daquelas que chorava de raiva. Minha vontade de chorar era tanta nessas situações que se tornava incontrolável, e às vezes nem me defender ou me explicar eu conseguia, e aí chorava ainda mais com raiva de mim mesma. Ironicamente, ao escrever esse post e lembrar dessas situações me deixaram com vontade de rir.
Ainda bem que à medida que a gente vai amadurecendo, vai às vezes conseguindo controlar as emoções. Assim, eu sei que nunca vou ser daquelas pessoas que parecem ter um coração de pedra, e são incapazes de esboçar qualquer emoção que seja; mas também não começo a chorar copiosamente no meio da praça de alimentação de um shopping só porque uma criança passou por mim e sorriu. Pelo menos eu acho que não. Por via das dúvidas, melhor não ir à praça de alimentação dos shoppings nesse período, e nem manter contato visual prolongado com crianças fofas e simpáticas.
Poucas semanas antes de descobrir que estava grávida – e com a vontade de ser mãe já no auge – assisti o filme “O Que Esperar Quando Você Está Esperando”. Teoricamente o filme é uma comédia, mas eu chorei do início ao fim! Na época meu marido estava viajando, e quando nos falamos ao telefone falei pra ele que das duas uma: ou eu estava grávida ou seriamente doente, porque aquela atitude super-hiper-mega-master sensível não era nem de longe normal. Eu estava certa! Nem doente e nem doida, a sensibilidade que eu enfrentava chamava-se gestação.
Uma pequena pausa no lenço encharcado para aliviar as lágrimas das futuras-mamães: essa sensibilidade à flor da pele é absolutamente normal. Durante a gravidez, sofremos uma grande carga hormonal, e isso se exterioriza de formas diferentes entre as mulheres. Algumas fica extremamente sensíveis, outras ansiosas, outras deprimidas, e ainda há aquelas que sofrem um coquetel de emoções.
Fora as alterações hormonais, o lado psicológico nos atinge com força, afinal de contas, saber que daqui a alguns meses você será responsável por um outro ser humano e que a sua vida mudará completamente não é o tipo de pensamento que nos deixa em uma zona de conforto. Sem contar com as preocupações sobre as despesas do bebê, as mudanças no seu corpo, a saúde da criança, se você será uma boa mãe… Mesmo a gravidez mais planejada e desejada pode acarretar preocupações. Sim, e mesmo essas são normais!
Para aliviar a tensão, procure fazer coisas que a façam se sentir bem e estar com pessoas que entendem e respeitam o seu momento. E se de repente a vontade de rir ou de chorar for mais forte do que você, deixe fluir. Na pior das hipóteses, se isso se tornar um vexame, há sempre a desculpa de que você está grávida.