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Consumo de produtos importados

Conhecer a Disney há muito tempo deixou de ser o único motivo pelo qual os brasileiros faziam fila no consulado americano para conseguir um visto para os EUA. O turismo de compras já faz parte da agenda de viagem de muitos brasileiros, que recorrem diretamente à fonte de oferta de produtos a preços mais atraentes fora do país.

Tal fato não é de se estranhar. A carga tributária no Brasil é uma das mais altas da América Latina, ficando atrás apenas da Argentina, e maior do que a dos EUA e Japão. Esse fator faz com que os produtos estrangeiros que chegam ao Brasil – algumas vezes aliados à ganância dos lojistas para obter lucros acima do normal – atinjam preços exorbitantes para o bolso do consumidor de classe média.

Pensando na dificuldade de se obter produtos estrangeiros a preços acessíveis, muita gente resolveu fazer a ponte entre o paraíso das ofertas e o consumidor final no Brasil. A paulistana Mariana Souza* costuma viajar pelo menos uma vez a cada três meses para Orlando, nos Estados Unidos, para fazer compras e dispor de seus produtos para venda no Brasil. Mariana conta que no início viajava uma vez por ano para o exterior a passeio e aproveitava para comprar alguns produtos e revender para conhecidos em São Paulo, mas a demanda foi tão grande que começou a viajar exclusivamente para fazer compras. TopShop, GAP, Forever 21, H&M, Sephora, MAC e alguns outlets são paradas obrigatórias em seu roteiro. Segundo Mariana, as compras feitas lá fora com cartão de crédito ajudam na hora de juntar milhas para as próximas viagens, e o valor de revenda dos produtos – que giram em torno de 100% do valor comprado – garantem um lucro bastante satisfatório.

Do outro lado da história está o consumidor final no Brasil. Para muita gente, comprar produtos importados em lojas virtuais ou diretamente com pessoas que vem do exterior com mala cheia compensa. Clarissa Gregory, de Niterói, conta que costuma comprar um pó facial da NYC, marca que não vende em terras tupiniquins – por cerca de R$ 20,00. O valor do produto lá fora é de US$ 5.00, e mesmo pagando o dobro do valor, ainda sai mais barato do que um produto nacional semelhante.

Aparentemente comprar no exterior e revender no Brasil é uma via de mão dupla. Vantajoso para quem vende, pois obtém lucros razoáveis, como para quem compra, que mesmo pagando mais do que pagaria se comprasse no exterior, ainda paga um valor menor do que o preço aplicado nas lojas brasileiras.

* Nome trocado por solicitação da fonte. 

 

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