Ícone do site Oxente Menina por Ana Lu Fragoso

O valor sentimental das coisas

Uma joia, um celular de última geração, uma bolsa do seu designer favorito. Quanto valem essas coisas? Certamente uma quantia considerável, um valor longe da realidade de muita gente. E o que vale mais: um iPad ou um cartão desenhado pelo seu sobrinho de 7 anos? Analisar a diferença do valor financeiro entre um iPad de R$ 1.500 e uma folha de papel mais uma caixa de lápis-de-cor de R$ 15 é fácil, difícil é analisar o valor sentimental entre esses dois objetos.

O apego a algum elemento nem sempre é atribuído ao custo dele; em grande parte dos casos, por trás do apego existe uma grande carga emocional que impede o ser humano de se desfazer de algum objeto. Segundo a psicóloga Elke Pessôa, esse apego nada mais é do que a projeção da emoção, “a pessoa agrega ao elemento um significado emocional provocado por fatores externos, e o objeto passa a ser o sujeito de suas emoções, logo é sentido”, explica.

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Vão-se os strass, fica o pingente!

Há alguns anos ganhei de uma tia muito querida uma correntinha com um pingente de coração cheio de strass. Com o tempo, os strass da bijouteria foram caindo, e esse seria um motivo plausível o suficiente para esquecê-la em alguma gaveta, ou simplesmente me desfazer da tal corrente. O valor emocional, no entanto, falou mais alto. Sei que a minha tia comprou com muito carinho, pensando no quanto eu iria gostar do presente, e ela acertou em cheio. Por isso é que a correntinha não só continua na minha caixinha de acessórios usáveis, como recentemente usei para compor o look de um evento que fui, com direito a post no blog e tudo.

Das pistas de patinação para a moldura

Adélia Fernanda, patinadora profissional e artesã, ganhou um patins quando estava nos EUA de uma treinadora de patinação no gelo que ela conheceu pela internet . “Ela abriu o porta-malas do carro e mandou eu escolher o que quisesse, e esse par era um dos mais velhinhos, mas era  único que tinha lâmina (patins de gelo profissional compra-se a bota e a lâmina separadamente). Por ser um patins semi-olímpico, a bota é muito dura para poder dar bastante sustentação às pernas, e eu acabei esquecendo de hidratá-las, por isso já está com o couro bem desgastado. Foram meus primeiros patins de gelo, ganhei de uma pessoa querida durante a viagem mais legal de toda a minha vida, e usei pela primeira vez no rink onde treina o campeão americano, ou seja, amo! Vou colocá-los em uma moldura de gelo para exibir no meu quarto”.

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Relógio de gente grande

A jornalista e consultora de imagem Karina Camerino conta a sua emoção, e o seu apego, com um presente que ganhou do pai durante a infância: “Quando eu tinha uns 10, 11 anos, tinha um daqueles relógios de plástico que podia trocar a pulseira, mas o meu sonho era ter um relógio grande, “de adulto”. Por mais que eu pedisse aos meus pais com o argumento de que todo mundo na escola tinha um, eles me diziam que eu não era “todo mundo”. Um tempo depois, meu meu pai viajou à trabalho e voltou dizendo que eu ia adorar o presente mais do que todos os outros que ele tinha trazido de viagens anteriores. E não é que ele me deu o relógio que eu tanto queria? Um Technos, pulseira de metal prata e com bolinhas que brilhavam no escuro substituindo os números. A sensação da felicidade que tive foi tanta que tornou esse momento inesquecível para mim. Hoje, depois de anos de uso contínuo e exaustivo, o relógio está parado, arranhado, as bolinhas não brilham mais e ele não cabe no meu pulso. Eu sei que eu posso trocar a pilha e a pulseira para torná-lo usável novamente, mas prefiro deixá-lo guardadinho e manter toda aquela felicidade em minha memória”.

Quero saber a sua história também! Você possui algum objeto do qual não consegue se desfazer? Compartilhe.

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