“Pessoas que gostam de moda são fúteis”. Se você concorda com essa premissa, e é uma daquelas pessoas que acham que é impossível para um ser humano ser provido de beleza e de inteligência, pode parar de ler aqui, pois provavelmente não irá apreciar o escopo deste texto. Por outro lado, se blogs de moda e beleza não são indicativos de ignorância para você, ou se você está aberto a discutir a afirmação acima com argumentos válidos, o blog está aberto para qualquer tipo de discussão saudável.
Desde a época da faculdade, quando eu explicitamente mostrava interesse pelo mundo da moda e beleza, era taxada de “patricinha” entre os simpáticos, “fútil” pelos enrustidos, e “burra” pelos pseudo-intelectuais. Agora pergunto: como uma pessoa é capaz de classificar outra baseada em algumas preferências? E, pior, como é possível julgar o grau de inteligência de alguém baseado apenas nisso?
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Cansei de ser olhada torto por adorar blues e me acabar atrás de um trio-elétrico, por vestir rosa e discutir futebol com um bando de macho, por ler chick-lit e explicar que o nome da minha filha (se eu tiver uma) é proveniente de uma história de Dante. Por que não podemos apreciar coisas que não necessariamente tem a ver com outras áreas de nosso interesse? Isso nos transforma em seres sem opinião própria? Pessoas abertas a conhecer e gostar de coisas variadas não deveriam ser consideradas sem opinião, e sim flexíveis – uma característica extremante positiva, diga-se de passagem.
Trazendo a abordagem para o mundo bloguístico, recentemente fui questionada sobre a qualidade do conteúdo exposto em blogs de moda e beleza, e – reparem na ênfase – sendo eu uma jornalista, qual era a minha opinião sobre o assunto.
Vamos lá.
Independentemente de ter um diploma de jornalismo, escrevo no Oxente, Menina! pelo puro e simples prazer de informar sobre coisas que gosto, experimento e vivencio. Acredito que quem lê o blog, acompanha por acreditar que o que está sendo escrito é uma opinião real e verdadeira. Jamais escrevi aqui pensando no grau do QI dos leitores – que eu não estimo e nem subestimo – apenas não penso nisso como um ponto determinante para escrever um texto.
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Sinceramente, penso que se os leitores desse segmento de blogs quisessem ler textos super elaborados, eles iriam buscar jornais, revistas ou livros. Vejo os blogs como um acesso mais prático e leve à informação, que, de forma alguma, substitui ou elimina os outros meios de comunicação.
Existem posts que demandam uma intensidade maior de pesquisa, outros são apenas fotos com textos curtos, e isso acontece em toda a blogosfera, não apenas neste blog. Algumas pessoas conseguem se expressar muito bem, já outras nem tanto. Mas cabe ao leitor, apenas ao leitor, escolher e se identificar com os blogs (e blogueiros) que ele gosta. Isso nada tem a ver com ser inteligente ou ter um nível cultural decente.
Costumo usar uma certa dose de humor e sarcasmo em alguns posts, que se juntam às gírias e adjetivos, e que certamente não os usaria se estivesse escrevendo uma matéria sobre o mercado financeiro para alguma publicação do segmento. Meu estilo pode fazer com que algumas pessoas se identifiquem comigo – outras podem me achar uma chata.
+ Selfies, bundas e frases de inspiração
+ Mala de memórias
Para que tantos questionamentos em cima de uma coisa que deveria ser sinônimo de diversão? E daí que todos os blogs postaram sobre o mesmo assunto no mesmo dia? A blogosfera não é uma competição para ver quem expõe a ideia mais rápido. A informação está aí acessível à todos, e lê quem quer. Existem blogs fantásticos escritos por pessoas inteligentíssimas e lindas. O fato de alguém gostar de batom rosa, não significa que não possa gostar de ler Nietzsche.
Existem blogs ruins, com conteúdo péssimo? Sim. E repito: lê quem quer. Mas vamos acabar com generalizações sem fundamento de que quem fala sobre moda e beleza é burra, vamos deixar de lado esse pseudo-intelectualismo exacerbado separado da chatice apenas por uma linha imaginária, porque aqui não é o lugar para isso.
Gostaria ainda de sugerir uma ação prática e efetiva para quem se considera superior, intelectualmente falando, para estar aqui: no canto direito da tela, lá no alto, tem um X. Tá vendo? Clica lá. E para quem continua aqui, peço licença para finalizar o post neste exato momento. Preciso me maquiar antes de continuar a leitura do meu livro…