Ícone do site Oxente Menina por Ana Lu Fragoso

Eu tenho, e você nem tem!

Se você está tendo um déjà vu ao ler a frase do título do post, provavelmente está lembrando de quando estava lá pela 3ª série e ouviu um “você nem tem” de uma menina que tinha um bambolê branco de listras rosa neon, ou um iô-io da Grapette que ela conseguiu trocar com tampinhas de refrigerante, ou uma Menina-Flor do jarro lilás…

Ainda bem que já saímos do primário e não precisamos mais correr para a coordenadora da escola chorando porque fomos humilhadas na frente das outras amiguinhas.

Eu tenho, você nem tem!

Confesso não ser a pessoa mais observadora do mundo, sou até meio “avoadinha” de vez em quando, mas certas coisas me chamam a atenção de uma maneira não muito positiva, e o que tenho observado ultimamente é que parece que voltamos à época do colégio. Explico.

A maioria das pessoas que tem blog de moda, beleza, e futilidades “belezísticas” em geral, tem porque gosta do assunto que aborda, e isso é um fato. Grande parte desse grupo de pessoas não começou a ter todos os produtos dos quais fala em seus blogs da noite para o dia, vêm comprando e testando há algum tempo. Outro fato. E tem gente que adora, com todo o fervor e emoção, contar vantagem das mil coisas que compra sem necessidade só para falar delas no blog ou Twitter. Mais um fato.

Não é pecado, só não é bonito

Não estou aqui para crucificar as pessoas que mostram suas comprinhas nos blogs, e nem pra julgar as consumistas de plantão. Na verdade, adoro ver esses posts e fico super feliz quando as meninas compram coisas que almejavam há tempos.

Também sei que algumas pessoas têm uma paixão por algum tipo de produto, e gostam de testar várias marcas diferentes, por isso compram sempre. Condeno aqui a imagem que algumas pessoas querem passar só para jogar na cara dos outros.

Me respondam com sinceridade:

  1. Colocar a foto de um produto novo – e caro – todo os dias no Twitter a faz se sentir uma pessoa mais especial
  2. Nunca passa pela sua cabeça que a maioria das pessoas não pode comprar em um mês nem 10% das coisas que você esbanja a cada dois dias?
  3. Falar que ganhou presentinhos de várias empresas, mesmo que seja mentira, a deixa melhor na fita?
  4. É legal dar chilique porque um produto foi lançado e sua amiga recebeu uma amostra e você não? E você precisa comprar deseperadamente pra não se sentir inferior a ela?
  5. Mendigar por comentários sobre as suas 10 novas aquisições diárias torna o seu mundo mais cor de rosa?
  6. Você precisa de 1 milhão de seguidores no Twitter e só seguir 10 pra se exibir e se sentir mais pop?
  7. Depois de dar o seu showzinho, você acha que o mundo inteiro tem inveja de você?

Se você respondeu sim a três ou mais perguntas, você é bitch de marca maior. E você tá pouco se lixando pros seus ítens de maquiagem, o que você quer mesmo é confete e bajulação.

Quer aparecer, meu amor?

Acho ridícula, absolutamente ridícula, a atitude de pessoas que fazem essas coisas para se exibir. Essas pessoas me entediam profundamente, e o que deveria ser divertido (ver as comprinhas) acaba me dando uma impaciência descomunal. 

Isso tudo pode parecer uma grande e dolorosa dor-de-cotovelo, mas não é. Só acho que existem alternativas melhores de chamar a atenção e de cativar pessoas do que contando vantagens. Textos bem escritos, conteúdo interessante, bom-humor, e, acima de tudo, humildade e carisma, podem ajudar a trilhar um caminho mais bem-sucedido.

Não sou livro de autoajuda para dizer o que essas pessoas deveriam fazer a partir de agora, mas agradeço pelo exemplo do que não fazer, e prometo não ficar contando vantagem – e enchendo o saco – mesmo quando eu for rica e famosa (hahaha). Porque de pé-no-saco nesse mundo, basta essas que já tem!

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